4.4.07

Crónicas do estado actual II

À porta de uma mansão
o vagabundo faz barulho
lá dentro vive o imune
já farto de tanta confusão...

-Mas que barulheira!
Calem-me este vagabundo a chorar.
-Não me calo pois passo frio e fome
enquanto o vejo andar de jaguar
mas onde estão os meus direitos?
Esqueceu-se agora que foi eleito?

-Não esqueci, nem esquecerei
estou bem ciente das promessas
mas não é fácil salvar a nação
quando esta está partida em peças.
Não pense só em direitos e haveres
quando nem cumpre os seus deveres!

-O seu discurso não me convence
para a retórica estava eu preparado,
mas no fundo olho para si e acredito,
todo o dia trabalha como um escravo.
Pena ser em negócios meio escuros
e com contratos mais que adulterados
ou eu não sei bem que o seu ordenado
não compra casas noutros estados!

Ofendido com os insultos
o imune liga à justiça
mentiroso, intriguista
mentiu sem hesitação!

-Precisa de ajuda senhor imune?
Mas quem causa essa confusão?
-É um arruaceiro e criminoso
tenta assaltar a minha mansão!
-Vou o mais rápido que possa
prender esse perigoso ladrão.

E sem demoras o vagabundo
está preso e foi condenado
a justiça é cega e não viu
que era o povo revoltado.