14.4.06

Revolta sentimental II

És a beleza do infinito
Aquilo que nem a sonhar sinto
Por ser forte, até demais
Que estranha vontade de amar
De por ti correr pela terra ou mar
Só por saber que nunca deixarás
De ter o mais puro e singelo olhar.

Mas estás longe, e longe eu vou
Para te ver e te encontrar
Mas tu foges, e eu vou atrás
Para na próxima paragem fugaz
Eu te poder voltar a tocar
Sentir-me mais só e mais teu
Mirado pelo teu frágil olhar.

Condenado a esta tortura
A esta fúria, este pesadelo
De te ver como vento que fura
Pelos confins do pensamento
Luto de espada em mão
Com raiva, mas coração
Por te ter para todo o sempre
Por ter minha, a tua mão.

Errei apenas uma vez na vida
Quando não soube por ti lutar
Tentei ser nobre e realista
Perdi a hipótese da conquista
Mas ainda luto, mesmo que coxo
Mesmo que cego e mudo seja,
Pelo último dos desejos
O de ter meu, o teu olhar

Fruto de um simples sorriso
envergonhado sem motivo
nasce a origem do conflito
do dilema que hoje sinto
e a tortura que me atinge
faz me fraco e faz fingir
que não te venero e te adoro
quanto eu te amo e por ti choro

Largo uma lágrima ao perceber
Que agora já não é tempo
De me fazer entender
Era nobre o sentimento
Mas não chegou para vencer…

Apesar de tudo fico feliz
Por saber que ainda guardas
o que em ti mais admiro
o que me faz sonhar
O único e singular
O teu doce e eterno olhar.

1 comentário:

Anónimo disse...

beautiful!