30.8.11

felicidade

passamos tanto tempo da nossa vida
tanto tempo como o que não há.

pensamos que chega, que é suficiente,
e corremos sem nunca chegar lá.

é um caminho longo, muito longo,
quase tão longo como o próprio tempo,

que a sensação de que chegámos dura pouco,
dura só e apenas, um momento.

felizmente sei onde está, ou vou sabendo.
não corro que ela aparece, que ela vem,
e que ela volta, tão depressa, num momento.

e se a procuro mais do que devia,
e se acredito como nunca seria,
apenas a perco, apenas a via.

então agradeço-te, como já o fiz, naquela noite fria.
digo-te dos teus jardins: "que belos" e da tua fonte: "que linda",
que incrível este castelo, a magia, e tudo mais que não finda.

que bela esta alegria que me deste. nunca bela em demasia,
sempre quente e nunca fria, que hoje venho recordar.
ainda a tenho, certo é, mas não igual. nunca igual.
o que temos hoje só hoje dura, o amanhã é um rival.

então brindo ao que me deste, brindarei ao que me darás,
e como o tempo que não permite, nunca voltarei atrás,
seguirei o meu próprio caminho que não sei para onde vai,
sei apenas que vou por aqui, sei apenas que me levarás.

Nem tu nem eu. Nós não.
Desfrutaremos de tudo até ao fim.
Terminou! Brindemos.

14.8.11

tu

estranha forma de dar importância a sítios, a lugares.
a casas, escolas, ruas, jardins... até cidades e países.
de longe é neles que reside a importância, o valor.

e hoje que me despeço mais uma vez, de mais um,
e hoje que tropeço na recordação, num jejum,
não pela falta desses sítios mas das pessoas,
e elas, e as coisas, e tudo o que as fez,

choro.

e tu que vais pelo mesmo caminho, fazes-me hoje, mais uma vez,
implorar para que seja diferente. nesta certeza que sempre tive,
nesta dor que guardei para depois e nesta morte que ainda vive.