30.8.11

felicidade

passamos tanto tempo da nossa vida
tanto tempo como o que não há.

pensamos que chega, que é suficiente,
e corremos sem nunca chegar lá.

é um caminho longo, muito longo,
quase tão longo como o próprio tempo,

que a sensação de que chegámos dura pouco,
dura só e apenas, um momento.

felizmente sei onde está, ou vou sabendo.
não corro que ela aparece, que ela vem,
e que ela volta, tão depressa, num momento.

e se a procuro mais do que devia,
e se acredito como nunca seria,
apenas a perco, apenas a via.

então agradeço-te, como já o fiz, naquela noite fria.
digo-te dos teus jardins: "que belos" e da tua fonte: "que linda",
que incrível este castelo, a magia, e tudo mais que não finda.

que bela esta alegria que me deste. nunca bela em demasia,
sempre quente e nunca fria, que hoje venho recordar.
ainda a tenho, certo é, mas não igual. nunca igual.
o que temos hoje só hoje dura, o amanhã é um rival.

então brindo ao que me deste, brindarei ao que me darás,
e como o tempo que não permite, nunca voltarei atrás,
seguirei o meu próprio caminho que não sei para onde vai,
sei apenas que vou por aqui, sei apenas que me levarás.

Nem tu nem eu. Nós não.
Desfrutaremos de tudo até ao fim.
Terminou! Brindemos.

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