27.1.06

Estranha dor

Mais real que a vingança
De uma dúvida interdita
De preconceitos estendida,
É o cessar da bela via
Desencaminhada como a fada
Que um dia a quis criar

Algures no rio das memórias
Coberto de teias e histórias
De lágrimas e sorrisos
Vão por fim desaguar
Tantas perfeitas gotas
Como as que a mente quis contar

A saudade magia não é
E a nossa menina
De tão grande e tão bonita
Passará a esguia e fina
Enquanto abraçada
Pelas rugas e energia
Daqueles que a têm como amada

E quando a natureza nos envolver
E tudo em nós comprometer
A vida sã de nostalgia
Quem sabe se num outro lado
Um mundo belo de valores
Faça da esperança um novo dia

E num eterno suspiro
Lembre por fim o retiro
Que nunca nos afectou
Quando o tempo terminou
E a selva nos levou
Para um novo paraíso
De vida livre mas sem sorriso

É sempre possivel escapar-lhe
Excepto se a mente falha
Ou se se é um canalha
Ou se no fim de tanto apronto
Não se ficou protegido
Por ela... a pequenina.
Que apesar de tão franzinha
Move a ilusão de tantos mundos
Pois talvez num certo dia
De meninos fez suspiros
De perfeição temperados
Regidos pela honra e rebeldia
De que se alimenta a imaginação
Mesmo que saibam pelo perdão
Dignificar a adversidade
Mesmo que deles façam silêncio
Aprisionando a liberdade

De vermelho ajudaram pintar
E de verde temperar
Uma beleza de harmonia
Quando o brilho da poesia
Fez da sua maresia
Uma bonita melodia
Com pouco mais que simpatia
Criaram-no enorme e monumental
Um glorioso e ancestral
País chamado Portugal.

Apoiado e vanglorizado
Pelo enorme brio e charme
Que um Marechal fez aparecer
Um pai até que é pouco
Deus sempre foi louco
Pois permitiu enfim criar
Uma força sem igual
Um espírito imortal
Único e singular
É por ti, Colégio Militar

Que a pequenina me faz chorar
E que a mocidade a avançar
Mais uma vez me faz divagar
Tanto quanto sonhar
Até ao fim da respiração
Que em mim trará paixão
Sem nunca te abandonar.

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