Louco daquele calor, da angústia e da dor,
Agarrei-te nua e crua.
Livre de tudo, pronta para tudo.
Mas soltei-te, sorri-te e lancei-te
para longe do que já fomos,
para uma lembrança sombria daquela verdade tardia
e dum sonho velho e cansado de quando ainda era dia.
Um sonho que ao sobrar, guarda a ideia e faz girar,
um longa tempestade de alegria.
Aquela que partilhámos, aquela que ainda procuras,
aquela que me roubaste.
Quem sabe se a guardasses ela ainda hoje existiria.
Mas é tarde. Tão poucas vezes na minha vida o soube.
Tão poucas foram as vezes que o disse.
Mas hoje grito para quem me ler, que é verdade que até morrer,
tens um sabor especial.
Tens um toque divinal e uma "platonia" que não finda.
Mas não és.
Nem assim tanto gosto, nem assim tanto escrevo,
e nunca assim tanto penso, no tanto que te amo.
Mas se é platónico que se guarde.
E que nunca se sinta ou se cheire.
Que nunca se toque ou se beije.
E que para sempre se lembre com desejo.
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