29.12.09

ainda

não mereces que te dedique
e te escreva e que implique
tanta arte e tanto amor.

digo isto mas prescrevo,
este desejo de parar
com uma escritura de relevo

foste má e eu odiei, guardei fundo o que encontrei,
e enterrei-o só para mim. Sim, é para ti, ainda te escrevo.
tanto tempo depois, sabia que voltarias a ler o que penso.

trocaste, encontraste, amaste e desprezaste o que viste.
foste feliz quando o viste, e voltas-te a sorrir.
não te critico mas condeno, o sonho longe de ser terreno,
que criaste só para ti.

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