25.12.06

Uma forma digna de morrer

Na segurança de um livre pensamento
imaginem como voava aquele vento
antes de o mandarem parar

não temam que não o condeno
não mando nem ordeno
que ele pare de voar

não é justo nem verdadeiro
que não mudem o paradeiro
se a mente vos está a mandar

saibam que é assim que penso
e eu não mudo o pensamento
excepto se achar que devo mudar

sejam livres a todo o momento
e nunca terão um julgamento
que vos faça vacilar

acreditem lá bem dentro
que podem fazer história...
não desistam daquela glória
que veio ao mundo num sono
e levem a sério esse sonho.

só ele tem o poder, a decisão
de vos ordenar uma missão,
um motivo pelo qual viver...
uma forma digna de morrer.

23.12.06

Sua Excelência

Uma chama se diz
daquele fogo voraz
que arde sem combustível
sem uma imagem credível
ou sonho em que acreditar.
Não precisa por certo
tem lá dentro o afecto
de quem lhe vale
de quem o ama.
Este calor não cessa,
não esmureçe nem vaçila
nem tanto se perde
nas opções da vida.
Foi o primeiro e será o último
a marcar a presença da diferença...
No nascimento e na morte.
Não se trata de sorte nem de audácia,
ficará de pé porque faz sentido
e porque seria um trunfo perdido
se tombasse ainda em combate.
Tens a paz que te tras a experiência
tens a confiança da eloquência
tens o amor da inocência...
Vence! Sua excelência.

3.12.06

Um segredo

Sei que te sou
não sei o quê,
sei que te vejo
e não me vês,

Sei que sinto
não sei o quê
sei que me sentes
mas não queres crer

Sei que te ouço
que me queres ter
sei que te amo,
não sei porquê.

Continuo a ter-te
num sonho secreto
continuo a dizer-te
que estás mais perto.
Sussurro e tu ouves
mas não percebes,
não entendes e adormeces
pois quando anoitece
voa tudo, e esqueces

28.10.06

a moral?

Os ladrões nem sempre o são
quando dizemos que os vemos
com a botija na boca ou na mão.
Nem sempre usemos o que sabemos
pois é de ida a volta, a razão.
O crime é sublime quando feito
sem ser visto, na perfeição.

Assassinos têm sempre motivação
excepto se nisso nós não cremos,
matar apenas tem algum senão
se não soubermos o que fazemos.
Porque se perguntar-mos
vocês ou eles nos dirão
antes isso do que morrermos.

São do piorio aqueles vilões,
falsificam os papeis e cartões
de quem tem pouco ou milhões.
Não chores, são apenas cifrões!
Para alguns é triste e injusto
mas quando é o fruto do corrupto,
concordo completamente com tudo.

Qual a moral deste conto?
não sei, não a encontro!
Nem eu nem o texto a temos
não está nem em nós,
nem naquilo em que cremos.
Não sei se é vasta ou vaga,
mas afundou-se com a fragata...
Só a encontrei na ultima página,
depois do índice, na errata!

25.10.06

Gaivota

De céu em mar voa livre a gaivota
atravessando o que já foi a glória
mas que de derrota não passa agora,
velha e sábia, ainda tem na memória
um passado marcado pela magia de outrora
um presente que já só pertence à história.

...

"O que é feito do sorriso de ambição?
Do poderio económico, social e humano,
o amor e a honra eram a tua canção
a confiança e crença no que era um plano
a palavra vitória escrita no coração
um espírito imortal mais forte que o romano
um povo cheio de fé, sem biblia ou oração?"

"O que é feito de tudo o que eu admirava?
Agora olho para ti enquanto secas as lágrimas,
antes nas dificuldades, nem sequer choravas!
Não foi para isto que morreram os mártires
não foi para isto que se ergueram as lápides,
se nem Camões vos reanima com as tágides
estão a afogar-se e eu não vejo as margens."

"Sei que desistir do encanto e ficar à merçê
não é atitude que tome, um bom português
vê o hino e a bandeira, aplaude o presidente
faz com que todos saibam, não és um desistente
nem que seja preciso, encontrar o santo graal
sai ao mundo e prova a identidade nacional
quero em cada rosto profundo o desejo geral
de na europa e no mundo ver vencer Portugal!"

"Até à proxima meu filho
que eu voarei para sempre
e lembra-te,
não me és indiferente
é dificil mas creio
que este povo ainda há-de,
fazer desta utopia a nossa realidade!"

a máquina de voar

Fui um dia descobrir
não era o único a sonhar
em um dia conseguir
subir bem alto e voar
é antigo este desejo
nasceu com a imaginação
era bom mas eu prevejo
não passar de uma ilusão.

Era perfeito poder subir
perto das nuvens lá no céu
ver os deuses e poder ouvir
as verdades como um réu
sentir a virtude e a justiça
não conhecer o que é o azar
nem o ódio ou a preguiça
apenas ser amado e amar.

E quando fui interpretar
com cuidado o pensamento
percebi que só ele me podia dar
esta perfeição de sentimentos.
Tomei então a minha atitude
de com cuidado o conhecer
e o estimular na plenitude
sem nada deitar a perder.

Tu és desejo, és calor
és a chama de uma paixão
meu companheiro, meu amor
órgão de sonho o coração!
Contigo posso esquecer
os limites desta utopia
posso caminhar e correr
e sem limites viver a vida.

Fecho os olhos, penso nele
crescem-me asas brancas de mel
tal como vento voo livre
sinto o teu arrepio na pele
abre o espirito e percebe
quando é real não tem dor
respira fundo e recebe-a
a máquina de voar é o amor.

Não a recuses se a vires.
Não a percas se a achares.
Começa e acaba na mente,
dura mais que todo o tempo...
Até ao infinito, é para sempre!

21.10.06

A esgrima

Um olhar desafiante
uma magia ofuscante
forte, trágica e heróica
é a morte irónica...
é arte, é história!

Sem idades e raças, ou preconceitos absurdos
sejas forte ou fraco, paralítico ou mudo
é na mente que enfrentas os teus medos profundos.
Ser homem de vitória nem que seja uma vez
o momento oportuno de colocares os porquês
é o desporto promovido pela arte de vencer.

De arma em punho, entre o fio de prumo
a audácia, a inteligência e a experiencia
são combustivel credível, para passar mais um nível
vencendo quem nos afronta, quem nos desafia a honra.
A vontade de vencer, e de tentar permanecer
a lutar não pela vida, mas por um punhado de sonhos
de objectivos risonhos, de sucesso, de um trono.

É ser soldado e Rei do que se fez e se comanda
olhar de orgulho um universo, uma proeza, um regresso
sentir forte a batalha que vences dentro de ti.
Quando cai desolado o adversário no ringue
quando perdes feliz por ultrapassares o teu fim
quando sorris de alegria pela derrota honrada
a cicatriz mais fria mas pela glória marcada.

Veste o teu sangue de azul
cobre-o de branco bem vivo
serás um guerreiro da paz
o único nunca vencido!

19.9.06

Adeus Sol

Fui feliz enquanto dormia
Acordei com esta fadiga
E chorei ao ver o sol.
Estava a pôr-se no horizonte
Levando para trás
De cada vale e monte
Um passado, uma lembrança
Um sonho doce de esperança.

Insisto ainda assim
Em leva-lo dentro de mim
À direita do coração.
Tenho lá dentro a recordação
Do que foi e do que ainda é.

Agradeço o que me deste
Pois o teu calor modesto
É de um carinho especial,
No fundo,
Não tenho motivo para sofrer
Pois sei que esta amizade
Nunca se há-de perder.

Não esqueço, pois sou incapaz
De deitar o passado para trás
E de apagar a luz que emites.

Passei a noite a chorar
E a perguntar que magia
Acabou com aquele dia.
Mas a manha não se fez tardar
E com ela o nascer do sol,
Da luz que me vai iluminar.

Confia em mim, brilha sem medo
Sei que já lá vai, e não lamento
Pois hoje acabou o tormento
Quando nasceu um novo dia.

Pela amizade fui curado,
Agora sorrio e estou preparado
Para partir no cavalo montado
Em busca do sonho que lavro.

Por tudo,
Obrigado.

8.8.06

A clássica selva

Mergulho no verde vivo
que este novo dia impinge,
nesta selva saudável
que com violencia atinge
os meus filhos e irmãos.
Tão distante da que nasci
solto ao mundo cruel
sou libertado também eu
neste incerto carrocel.
Separam-se laços de uma magia
do feitiço que nos uniu,
a jornada que nos competia
acabou neste dia,
do paraiso saimos felizes
mas lá no fundo destroçados,
tristes, mas orientados
pelas lágrimas que de sal
não são certamente feitas
mas antes de um açucar,
de uma docura perfeita
de um sonho infantil
do futuro a que assisto,
de uma paixão profunda
de um amor nunca antes visto.

23.7.06

Mundo não pára

É pena que nem na
altura de tomar decisões
o pensamento atinga
as verdadeiras razões
e sem convicções,
é arrastado
e aprisionado na fortuna
de mil ilusões,
no véu do céu
escondeste sombrio:
o motivo do sonho
e a origem do rio,
do sincero calafrio que
milhoes de duvidas causam
ao violarem emoções,
convicções que vão
para além dos cifrões
e até do pecado
são a obra prima,
a criação do diabo
o fortunado pelo
qual és subornado
e deixas de lado
ideologias fundamentais
regras morais
rituais espirituais,
que apesar de serem
não mais que as
utopias dos demais
são essenciais
para preservar
o que identifica
e unifica
a razão de saber
e a honra de poder,
ter prazer em viver...

Não mudo nada que o mundo não mude
não tenho força, sou paralitico e mudo
ainda assim, tenho bem dentro, lá no fundo
o sangue, a prova mais que derradeira
de que a minha oração é pura e verdadeira...

Desejo sorte, já que o talento não iludiu,
e coragem, já que a audácia faliu
tenham fé, não em quem sempre vos mentiu
mas em vós, e em quem nunca desistiu...

8.7.06

Última noite (as memórias)

Corro louco, mas não encontro
quero um refugio, um abrigo
há algo que me falta
algo que me pertençe e que pareçe
que ninguém me consegue dar
tenho sede de fazer, de realizar
cada sonho que ficou para trás
cada esperança que passou fugaz
começo a ficar cansado
embora de coração esperançado

é então que paro e recorro
a memórias únicas que valem ouro
valem o mesmo que uma vida
valem até mais que um tesouro
são a marca da meniniçe
que ficou para trás no tempo
e que assume agora o meu relento
e a minha vontade de ser novo
ser outra vez menino e moço

mas isso já lá vai, e eu fiquei
fiquei porque fui capaz,
por isso saboreio agora a paz
e assumo em cada novo desafio
o letreiro que me define
e a honra que tanto me apraz

tumultuosas com coragem
nascem no som e na imagem
ao beijar o chão que piso
ao respirar e consumir
mais um pouco do paraíso
o último que me pertençe
o último do meu tempo

mas eu não as temo
ouço e vejo, recordo com desejo
este amor de quem me despeço
e embora diga adeus pela distância
nunca deixará de ter importância
ou de ocupar um só lugar
o que lhe pertençe por direito
um cantinho doce e perfeito
no leito do coração.

Última noite (os locais)

nesta última noite
observo tudo, com atenção
o que me rodeia faz já parte
de uma música, de um refrão
uma melodia perfeita
que conheço e sei de cor
de tão antiga e colectiva
que é a sua digna origem.

hoje é dia de saudade
de lembrar a utopia
de chegar aonde hoje chego
de lembrar cada sonho
cada esperança perdida
cada sitio cada pessoa
cada pedra ou telha
são o conjunto de harmonia
são a mais bela das ideias

saio à rua para ver
o que sempre não liguei
desta tudo pareçe mais belo
tal como nunca esperei
nada se mexeu ou mudou
apenas eu vejo diferente
e só agora dou importância
ao que sempre esteve à minha frente

de cotim pela última vez
miro com calma cada pedra
em que eu nunca reparei
mas que sabe ela bem
cada momento que aqui vivi
ela sentiu, chorou e recordou
cada curso que por cá passou

são locais e monumetos
prova viva, dos sentimentos
desta tão grande família
e eu, só hoje, só agora
neste último passeio
reparo em cada pedaço
sempre esteve em meu redor...
mas só se nota o quanto vale
a casa em que sempre vivemos
na hora de partir
na hora em que mais a queremos.

embora muito arrependido
de só agora dar valor
quero ainda dar sentido
a este último fulgor
a esta última visita

digo adeus e até breve
nunca deixarás de me ter
a ligação é de paixão
serei teu até morrer.

6.7.06

O sem abrigo

POEMA

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17.6.06

Deus

Às vezes sou deus
outras um ateu
por vezes rezo
e peço que à minha mente
chegue a luz do céu
está limpo, é suave
e é mais do que meu
é de todos
e todos deviam saber
o que vale esse breu.
Sussurrem então
como faço no serão
além da alma
ao coração
se forem puros chegarão:
ao verdadeiro céu
e se amarem saberão...
que é lá que está Deus.

16.6.06

Nostalgias de despedida parte II

Uma suspiro hoje
Uma suspiro amanha
Oito anos separam
o olá e o adeus
Oito anos que constituem,
A maior dádiva de deus.

O olhar dita
Pela primeira vez
Uma estranha sensação
Entrar no que é novo
E não se conhece
O que é estranho
Não é o que parece
Haja coração,
Haja coragem
Só assim haverá vitória
Nesta viagem…

Inocentes,
Passamos por muito
Pelo bem
De um todo maior,
Mais forte.
Segundo dizem,
Mais importante.
Mas para mim
A razão está distante
Sofro sem sentido,
Sem perceber
Mas ainda assim,
Sem o futuro temer

Soltamos lágrimas
Sentimos a angústia
E o sofrimento.
Soltamos lamentos,
Pois é muito cedo,
Ainda não sabemos
Que um dia
Por ele sentiremos
A mais forte
Recordação
Com saudade e rancor
fruto e espelho da
separação.

Parece masoquismo,
Suicídio
Mas é ter honra em vencer
Não querer nunca
Abandonar o desafio
Ser forte,
Ser homem,
Ser frio
É porém nesse instante
Que sabemos
Os poucos
Com quem contamos
Os que se distinguem
E nos impingem
A confiança e segurança
De vencer
Pelo que amamos.

Não é em vão,
Mas sim por nós
Que tantas vezes
Ouvimos aquela voz
A dizer outra vez
O que fazer.
E que no fundo
É a sofrer
Que se cresce
Que se resiste
E que se aprende
no que é que a vida consiste

O que é certo
é que são paixão
São gritos
de ódio e dor...
Aquelas lágrimas
de emoção,
São as mais puras palavras de amor.

27.5.06

Desilusão

Que triste e
irónica esta
emoção,
Foi paixão
mas é definida
agora e até
nova crença
por desilusão
acima de uma
magia, é
estranho e faz
confusão
Olhar e
ver-te realmente
conseguir na utopia
ver a imperfeição
a mentira que se
cultiva, a incapacidade
de mostrar a verdade
a falta de exemplo
a ferida no sentimento
choro por te ver agora
como realmente és por dentro
uma ilusão.

7.5.06

O Espírito

Não tem rosto
nem imagem,
não tem corpo
nem voz.
Não é amor
nem ódio,
não é lamento
nem esperança.
É o espírito que nos envolve
É a força de uma aliança!

14.4.06

Revolta sentimental II

És a beleza do infinito
Aquilo que nem a sonhar sinto
Por ser forte, até demais
Que estranha vontade de amar
De por ti correr pela terra ou mar
Só por saber que nunca deixarás
De ter o mais puro e singelo olhar.

Mas estás longe, e longe eu vou
Para te ver e te encontrar
Mas tu foges, e eu vou atrás
Para na próxima paragem fugaz
Eu te poder voltar a tocar
Sentir-me mais só e mais teu
Mirado pelo teu frágil olhar.

Condenado a esta tortura
A esta fúria, este pesadelo
De te ver como vento que fura
Pelos confins do pensamento
Luto de espada em mão
Com raiva, mas coração
Por te ter para todo o sempre
Por ter minha, a tua mão.

Errei apenas uma vez na vida
Quando não soube por ti lutar
Tentei ser nobre e realista
Perdi a hipótese da conquista
Mas ainda luto, mesmo que coxo
Mesmo que cego e mudo seja,
Pelo último dos desejos
O de ter meu, o teu olhar

Fruto de um simples sorriso
envergonhado sem motivo
nasce a origem do conflito
do dilema que hoje sinto
e a tortura que me atinge
faz me fraco e faz fingir
que não te venero e te adoro
quanto eu te amo e por ti choro

Largo uma lágrima ao perceber
Que agora já não é tempo
De me fazer entender
Era nobre o sentimento
Mas não chegou para vencer…

Apesar de tudo fico feliz
Por saber que ainda guardas
o que em ti mais admiro
o que me faz sonhar
O único e singular
O teu doce e eterno olhar.

6.4.06

Nostalgias de despedida parte I

"Graduados:
Convosco fomos sonhando
Por vós fomos gritando
Convosco fomos sofrendo
Mas por fim sabemos...
Que foi por isso que aprendemos!
No fundo bem sabemos
Que fomos moldados de mão em mão
Mas só por isso levamos no carácter
Um eterno laço de união.

Putos:
Que estranha sensação
Um dia novo, agora idoso
Um dia mandado, agora graduado
É árdua a tarefa, dotada de inveja
De estar na vossa posição
São como filhos, os nossos protegidos
Que na viagem da recordação
Ocupam tão importante posição
Somos duros porque tem de ser
Um dia vão compreender.

Curso:
Como choro ao vos olhar
São o meu mar, o meu mundo
De vós não me consigo separar
Tenho pena mas se bem sei,
Tudo o que é bom tem de acabar

Saio triste mas não choro
Pois acima de tudo quero provar:
Que saí um grande homem…
do Colégio Militar."

12.3.06

curioso

Cantas alto neste dia
és o galo velho da pia
de todos os que te ouvem
sentem ser o novo dia
mal sabem que os acordas
para a crua noite fria

mas quando o dono chega
poem o fim nesta bodega
e em toda a alegria
de dizer o que não presta
o que faz mal a toda a vida

pareçe util a magia
que à noite o trabalho cria
mas na verdade é engano
conta a velha e falsa história
só cai mal quem se arrepia

...

ó velho dono do conhecimento
vivest sozinho no momento
em que mais precisast
abandonaram o galo da crista
que convencido menos sabia

manipulas quem te ouvia
quem lia o que escrevias
e quem sabia o que sentias
mas no fundo era hipocrisia
o que lá no fundo ia

mas que estranha e velha dor
sinto eu neste fulgor
de conhecer tão velha missa
que por padre não é rezada
mas sim pelo sujo mascarado

...

agora que te compreendo
sei o que de mal foste fazendo
e as razões que te moviam

por estas e outras vais
conhecer o duro cais
que te leva para outro mundo

o mundo da solidão
aquele em que crescest
e o que fez de ti traição...

Por ELE
Para ti.

5.2.06

Ida à Cupula

No alto do que nos olha
Dia a dia sem perdão
Pensei eu em minha memória
Se fazia bem até então
Sentia a glória de outrora
E o desejo de fazer história
Era o suor da pia dor
Que nos fazia ter calor
Lá longe da fogaz derrota
Escreviamos uma nova nota
No calistão da sapiência
Da velha e nova rota
Da clara e certa experiência
Do amor e da inocência
Perpetuante sobre opiniões
Engloba todas as visões
Patrões do que não tem fim
De tudo o correcto.

Foi perto das belas estrelas
Que vi claro o que hoje faço
Sei ser certo o que me move
É mais que uma arrogante tosse
É o leme de outras vozes
É o momento... a apoteose

Por cima viu-me crescer
Por baixo vê-me chorar

Tudo o que sei é que é magia
Não pode ser real a teoria
Que o fim está está para chegar
Isto é muito mais que um só dia... é uma vida.

4.2.06

Compreender a dor

É preciso na redoma da vida
Fazer do ferro mais que tua mão
Sentir o que do chão sai sem perdão
Reunir os modos da natureza
E fazer de nós mesmos solução

Somos fruto do que sai por fim
O culminar da veha aurora
O sonho de um velho de honra
A promessa de todos nesta hora
Somos o que somos porque morremos
Porque um dia desistimos pela boca
Mas sentimos ser cousa pouca
A força de tal mimada dor

E sem mais demoras nos cultivaram
Do suor da compaixão, do grito de união

É a velha guarda de um só folgo
A coragem de tocar o que morde
Cavar na tempestade o que se come
Colher de força o que a inteligência plantou
E para sempre usar o que nos mudou

Sabe pois doce este momento
É a solução de complexa vontade
O sumo, a textura, e a cor
Dão voz viva à realidade
São mais que saudáveis... são vencedores!

Bela terra que os alimentas-te
Foste ágil e nunca frágil
Soubeste dar-lhes seiva para este cume
Foste o mar o céu e o lume

Obrigado meu amor...

(R:)Compreendes agora porquê a dor?

28.1.06

Madre mãe

Madre mãe que certa citas
Não sabes o mal que incitas
Falas sem saber cantar
Mal a moeda sabes atirar
Mas fazes disto uma crença
Porquê tanta desavença
Se não viveste como nós
Se o que porta a tua voz
É o que em mim soa traiçao
Um ataque forte de mão
Nunca chegará a inocente
Mas torna-nos dormentes
Amargos e incapazes
De aos nossos fazer as pazes
Cegos de nua piedade
Nunca honestos com a verdade
Mas sabendo ou não
Pensam ser este o novo pão...

Se teu saber é divino
Experiente e nunca findo
Baseado nunca inventado
Digno e sempre ousado
Então como eu foste criado
Nas raizes de um jovem ser
Nas veias de nova seiva.

Chamo-te Madre, mas não o és
És engano, não Moisés.
Silencia-te, nesta velha hora
Admite se tens Honra.

27.1.06

Estranha dor

Mais real que a vingança
De uma dúvida interdita
De preconceitos estendida,
É o cessar da bela via
Desencaminhada como a fada
Que um dia a quis criar

Algures no rio das memórias
Coberto de teias e histórias
De lágrimas e sorrisos
Vão por fim desaguar
Tantas perfeitas gotas
Como as que a mente quis contar

A saudade magia não é
E a nossa menina
De tão grande e tão bonita
Passará a esguia e fina
Enquanto abraçada
Pelas rugas e energia
Daqueles que a têm como amada

E quando a natureza nos envolver
E tudo em nós comprometer
A vida sã de nostalgia
Quem sabe se num outro lado
Um mundo belo de valores
Faça da esperança um novo dia

E num eterno suspiro
Lembre por fim o retiro
Que nunca nos afectou
Quando o tempo terminou
E a selva nos levou
Para um novo paraíso
De vida livre mas sem sorriso

É sempre possivel escapar-lhe
Excepto se a mente falha
Ou se se é um canalha
Ou se no fim de tanto apronto
Não se ficou protegido
Por ela... a pequenina.
Que apesar de tão franzinha
Move a ilusão de tantos mundos
Pois talvez num certo dia
De meninos fez suspiros
De perfeição temperados
Regidos pela honra e rebeldia
De que se alimenta a imaginação
Mesmo que saibam pelo perdão
Dignificar a adversidade
Mesmo que deles façam silêncio
Aprisionando a liberdade

De vermelho ajudaram pintar
E de verde temperar
Uma beleza de harmonia
Quando o brilho da poesia
Fez da sua maresia
Uma bonita melodia
Com pouco mais que simpatia
Criaram-no enorme e monumental
Um glorioso e ancestral
País chamado Portugal.

Apoiado e vanglorizado
Pelo enorme brio e charme
Que um Marechal fez aparecer
Um pai até que é pouco
Deus sempre foi louco
Pois permitiu enfim criar
Uma força sem igual
Um espírito imortal
Único e singular
É por ti, Colégio Militar

Que a pequenina me faz chorar
E que a mocidade a avançar
Mais uma vez me faz divagar
Tanto quanto sonhar
Até ao fim da respiração
Que em mim trará paixão
Sem nunca te abandonar.

21.1.06

Revolta sentimental

Dedicados a uma amiga
Escrevo estes versos sentidos
Guarda para ti o que me inspira
Fala de leve o meu íntimo

Lê a tinta que te escrevo
Sílabas de especial moral
Espero que em tudo percebas
Qual o sentido colateral

Simplicidade num rosto belo
Magia num olhar eterno
Deus bem sabe que lá no fundo
Só o teu bem eu quero

Incansável gosto pela vida
Olhos virgens de tristeza
Um longo passo para a alegria
Inegável toque de beleza

Numa noite de beleza singular
Observo o céu de azul dourado
Mais perfeito que um luar
Apenas o teu olhar envergonhado

Se pecado cometes para todo o sempre
É a inveja que lhe causas no coração
Lágrimas doçes de tristeza
Pobre menina a perfeição

Voas longe no infinito
Até muito perto do céu
Espero que nunca desças ao inferno
E te sintas como um réu

Elogios até mais não
Mereces tudo o que te digo
E é do fundo do coração
Que este poema a ti dedico

Pérola rara de honestidade
Devo-te a honra de um momento
Dificil tarefa que a vida cria
Conseguir definir um sentimento

Mil e um favores eu devo
A um anjo que tanto me apráz
Como eu gostava de lhe retribuir
Só espero um dia ser capaz

Não é fácil ser feliz
Estou ciente desta verdade
Por isso tem um gosto tão especial
Viver tal realidade

Sinto travar uma guerra
Entre o coração e a mente
O objectivo é encontrar o equilibrio
Ajudar-me-ás certamente

Sentido me custa encontrar
Naquilo que nem a mente entende
Mas sempre serei capaz de aceitar
A decisão à qual te rendes

Incapaz sou de contrariar
Esta especial amizade
E é por tanto te adorar
Que te revelei a verdade

Momentos especiais talvez
Muito poucos daqueles que se podem criar
Espero um dia perceber
O que realmente te devo dar

No fundo desta analogia
As dúvidas possuem o maior papel
São imensas as que se criam
Sem qualquer razão para tal

Tanto carinho num rosto delicado
Maravilhas sonho ao te olhar
Que Deus me perdoe pelo pecado
Que foi pensar em te amar...

Quem sonha

Quem sonha quer poder
Com a mente o mundo criar
Mas só o querer precisa de mais,
É preciso não saber sonhar
Pois quem sabe mente na vida
Mesmo que saiba renunciar
À mentira de cada dia
À inconsciencia e ao não pensar
Que de pensamento é feita a vida
Disse um dia quem sabe
Que a morte lhe faça o gosto
Que a sentir seja feita a vida
Digo eu que sem saber
E sem tão pouco conhecer
Falo da boca para fora
Até que chegue a minha hora


Disse deus um dia após pensar
Que dele partiria a salvação
Da sua boca saiu a palavra
Que o tempo não pode apagar
Da mente saiu o pensamento
Que de imortalidade se deduz
Qual dos dois o mais real
Se cada um tem um cá dentro
Único e só este puro
É aquele que sai do meio
Da virtude inconsciente
Do vermelho que dá vida
E no qual figura a comparação
Que mais que nossa, é minha
entre o tal orgão e a paixão
É ele mesmo o coração


Mas se o poder é eterno
E a ele não podemos renunciar
Como podemos assim mostrar
Toda a imaginação que nasce
Dela criança vestida de traste
Se atemorizada se encontra
Pelo gigante de tal afronta
Que mesmo da morte se livra
Para no inferno vir pregar
Uma mensagem sem igual
Que não só envenena o pensamento
Mas também o sentimento
Negando o direito à humildade
Que a combinação da idade
Junta com farrapos da sociedade
Lhe dão um ar de mocidade


Então tomai a decisão
E após o chá do belo serão
Poque não jogar uma partida
Afinal de contas a bela vida
Reina nas intempérides do tempo
Mesmo que guerreiros corajosos
De mil vidas construidos
Façam a afronta ao dragão
envolvido em frias chamas
mesmo até à perfeição do coração
Tal esforço nunca em vão se via...

Pois quem realmente não interessa
Pois quem realmente não sabe
Pois quem realmente não pensa
Saberá levar a sua crença
De parva tolice constituida
E com humildade e ironia
Para sempre fará da vida:
uma alegria.

Apresentação

Modesta apresentação de poesia pessoal edificada em momentos de reflexões múltiplas referentes a diversos aspectos da vida.
Apreciem e deixem a vossa opinião.
Abraço